"Tenho um letreiro nas costas, na testa e no peito, uma ardosiazinha preta onde está escrito a giz branco a palavra puta."
Jeanne Cordelier in Crónica da mais velha profissão do mundo
28 abril 2008
21 abril 2008
"O que eu precisava era de trabalhar numa «casa», numa das verdadeiras, com mulheres, com prostitutas. Nada melhor do que uma boa promiscuidade enriquecedora para a principiante que eu era. (...) Ao contactar com as outras, talvez aprendesse, quem sabe? Talvez me tornasse numa prostituta afamada."
Jeanne Cordelier in Crónica da mais velha profissão do mundo
Jeanne Cordelier in Crónica da mais velha profissão do mundo
"A prostituta não vende só o seu sexo, mas também a sua degradação. A condição feminina, que se exprime ao máximo na prostituição, e o machismo levado até ao horror põem em evidência o que na vida corrente se consegue disfarçar atrás dos bons costumes e da hipocrisia das boas maneiras."
Jeanne Cordelier in Crónica da mais velha profissão do mundo
Jeanne Cordelier in Crónica da mais velha profissão do mundo
"Um tal Morasso pretende que «o impulso sexual é a causa principal que leva a mulher à prostituição» enquanto Lombroso descobre «a frigidez sexual da prostituta». O mesmo sábio italiano pode gabar-se de uma teoria sedutora que estabelece «a total identidade do criminoso-nato e da prostituta-nata» e garantir assim a boa consciência da sociedade, ja que se tornam inúteis as perdas de tempo, de dinheiro ou mesmo de compaixão por estes párias-natos."
Jeanne Cordelier in Crónica da mais velha profissão do mundo
Jeanne Cordelier in Crónica da mais velha profissão do mundo
"O arquétipo da mulher-puta surge de facto na literatura com uma frequência que não é de modo algum justificada pelo lugar que as prostitutas ocupam na sociedade e cuja única explicação se encontra na benevolência que os homens sentem por esta versão da existência feminina."
Jeanne Cordelier in Crónica da mais velha profissão do mundo
Jeanne Cordelier in Crónica da mais velha profissão do mundo
"Quanto às prostitutas, contentamo-nos geralmente, quando pensamos nelas, com uma poesia barata, com as alegres obscenidades dos frequentadores de bordeis e com alguns Boule de Snif ou Manon Lescaut, heroinas pitorescas de uma literatura exclusivamente masculina." Jeanne Cordelier in Crónica da mais velha profissão do mundo
"Muitas vezes me interrogo sobre o que pensarão as prostitutas das estatísticas, dos inúmeros inquéritos, testemunhos mais ou menos sinceros ou provocantes, explicações ousadas ou discursos moralizantes que hoje em dia se multiplicam, sem nada se alterar na sua condição e na nossa enorme hipocrisia."
Jeanne Cordelier in Crónica da mais velha profissão do mundo
Jeanne Cordelier in Crónica da mais velha profissão do mundo
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